Manifesto cobra ações reparatórios em Brumadinho depois do rompimento da barragem da Vale

Tragedia Brumadinho

Tragédia em Brumadinho Minas Gerais matou mais de 220 pessoas, em janeiro | Foto: Douglas Magno / AFP / CP - www.correiodopovo.com.br

Problemas na elaboração do Plano de Trabalho, da empresa que prestará Assistência Técnica e morosidade de reparação de danos, principalmente emergenciais, preocupa moradores.

Uma reunião realizada no último dia 8 de agosto, organizado pelo Comitê Popular da Zona Rural de Piedade do Paraopeba, distrito de  Brumadinho, juntamente com representantes de comunidades locais, fizeram uma minuciosa avaliação do Plano de Ação entregue pela Aedas, instituição credenciada pelo MP,  para prestar assessoria técnica à população de atingidos de Brumadinho.

O diagnóstico aponta falhas graves no processo de elaboração do Plano de Trabalho, o que pode causar sérios problemas para a população atingida, principalmente de comunidades e distritos do interior de Brumadinho, tendo em vista os longos prazos previstos e atrasos nas ações das medidas emergenciais e de urgência, na reparação dos prejuízos causados pela Vale. 
Diante disso, um MANIFESTO ESTÁ SENDO PREPARADO E SERÁ ASSINADO EM CONJUNTO, nesta terça-feira, dia 13, POR DIVERSAS ENTIDADES DO MUNICÍPIO e será entregue ao Ministério Público de Minas Gerais. O Manifesto fez um levantamento de sugestões e exigências importantes para antecipação das ações prevista no plano.

Prazo das ações do plano

  1. Antecipação das indenizações para comércios, pousadeiros e agricultores, prestadores de serviços, diante das dificuldades de manutenção de seus serviços prestados.
  2. Políticas públicas de abastecimento de água e saneamento básico em todas as regiões, principalmente do interior;
  3. Moradores/proprietários diretamente, indiretamente afetados pela lama e outros proprietários atingidos diretamente pela tragédia exigem informações sobre as ações de recuperação e projetos futuros paras as áreas afetadas e garantias de retomadas do direito de acesso à suas propriedades. Destino das propriedades que ela está adquirindo.
  4. Afetados indiretamente
  5. Cobrar melhorias urgentes de abastecimento e saneamento da COPASA no Parque da Cachoeira, e outras comunidades diretamente afetadas.
  6. Descentralização urgente do atendimento à saúde pública no município, direcionando equipamentos para regiões estratégicas do interior do município; 24 horas
  7. Diversificação da Matriz econômica no município, criando possibilidade de outras alternativas de sustentabilidade econômica em substituição à atividade minerária.
  8. Criar projetos com parcerias de cursos profissionalizantes para atender a população, escola base, todos os níveis, cursos técnicos, parceria com Sebrae e Senai, entre outras parcerias.
  9. Fortalecer as atividades culturais, artesanato, forças culturais da região.
  10. Aguçar atividades tradicionais da região.
  11. Atenção especial com projetos de apoio aos agricultores, com retomada imediata do processo de produção; Horticultura, Agricultura, pecuária, Fruticultura, Piscicultura, dentre outras; 
  12. Criação de um selo de qualidade e segurança dos produtos oriundos na região.
  13. Necessidade urgente de proteção da Mãe D’água, que é a nascente mais importante da região, além da preservação de diversos outros mananciais, afluentes do Rio Paraopaba. Para isso é necessário:
  14. Impedir qualquer atividade minerária na Mina Serrinha, localizada na Serra da Moeda, Distrito de Piedade do Paraopeba, ao lado da Nascente Mãe d’água, pois, em decorrência da atividade da mina essa nascente desaparecerá.
  15. Doação da Vale, ao Monumento Municipal da Mãe d’água, da área da Mina Serrinha, comprada recentemente pela empresa. A doação é pleiteada pela população da encosta da Serra da Moeda, dentro do município de Brumadinho, como uma importante contrapartida da empresa, como compensação ambiental aos danos causados no município com o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão. 
  16. Observar as situações de projetos de grande complexidade em municípios vizinhos na região da Encosta da Serra da Moeda. Csul e Coca-cola 

A tragédia da Vale, no Córrego do Feijão criou uma rejeição a todas atividades, serviços e produtos que dependem diretamente da água que banha ou nasce no munícipio de Brumadinho. Várias atividades como: Turismo, Horticultura, Agricultura, Fruticultura, Piscicultura, dentre outras, foram aniquiladas. 

Por falta de informações, as pessoas de fora não consomem mais estes produtos, se oriundos de Brumadinho. Com isso, a economia do Vale do Paraopeba estagnou. Os pequenos produtores, comerciantes e pousadeiros estão em situação econômica lamentável e dependem de ações que possam revitalizar seus empreendimentos. Uma das formas de recuperar estes segmentos da economia local passa justamente pela preservação e pela recuperação das nascentes.