
Quase seis meses depois do início do ano letivo, a precariedade do transporte escolar de Brumadinho continua sendo tema de discussão. O episódio ganhou novo capítulo nesta segunda-feira e gerou revolta nas redes sociais após a secretária municipal de Educação, Cesária Clarice Mendes Carmo, admitir que as condições dos ônibus que fazem o translado dos alunos no município não são boas.
A fala da secretária ocorreu durante uma entrevista a uma rádio local. Cesária disse estar orando pelos alunos. “Se perde o freio? Se tá com o ônibus cheio? Olha, eu tenho nas minhas orações todos os dias os alunos nossos aqui do município. As vezes alguém fala assim, há mais só as orações ‘vai’ valer? Vai valer por que nós estamos fazendo as modificações”.
A fala repercutiu muito mal, uma vez que as críticas sobres as irregularidades do transporte escolar do município vêm sendo denunciadas desde a primeira semana de volta às aulas, em fevereiro deste ano. Recentemente, um relatório do Conselho Municipal de Educação apontou diversos problemas nos veículos como, pneus carecas, falta de sinalização, painéis sem funcionar, ausência de cinto de segurança, vidros quebrados bancos soltos e rasgados, além de portas e até para-choques amarrados com arames.
Desde fevereiro, o jornal Folha de Brumadinho vem mostrando os problemas na prestação do serviço do transporte escolar do município. Veículos com problemas mecânicos também são rotineiros.
No início do ano, a prefeitura fez um contrato emergencial, sem licitação, no valor de mais de 11 milhões de reais. Segundo dados da Receita Federal, a União Cooperativa de Transportes, empresa escolhida para fazer o transporte escolar em Brumadinho, foi criada em março do ano passado, com Sede em Belo Horizonte e teria capital social de apenas 28 mil reais. Outro ponto que chama atenção é que, a empresa não estaria apta a realizar o transporte escolar, já que a lei exige pelo menos um ano de atuação na área. A prefeitura alegou que cancelou a licitação feita no final do ano passado devido irregularidades no processo.

Procurada, a prefeitura ainda não respondeu aos nossos questionamentos.