
Imagens que circulam nas redes sociais mostram uma tragédia anunciada. Centenas e centenas de peixes foram encontrados mortos ao longo do Rio Paraopeba, na região da Fazenda da Ponte, no município de Esmeraldas. São dezenas de espécies. O registro foi feito na tarde de ontem, terça-feira,9, por pescadores da região.
Essa não é a primeira vez que a morte de peixes é registrada no rio Paraopeba. Em outubro do ano passado, cardumes inteiros foram encontrados mortos longo do leito do rio, entre os municípios de Betim e Juatuba.
A pesca no Rio Paraopeba continua proibida desde janeiro de 2019, quando houve o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, que matou 272pessoas e causou um rastro de destruição ambiental, causando impactos em pelo menos 26 municípios até a represa de Três Marias.
O jornal Folha de Brumadinho procurou a Vale para comentar sobre o caso. Em nota, a empresa informou, que o local onde foram registradas as mortes de peixes não há presença de rejeito oriundo do rompimento da barragem B-I da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho. E que executa os monitoramentos nesse trecho, conforme aprovado pelos compromitentes do Acordo Judicial de Reparação. A empresa disse ainda, que ao identificar a situação, reportou o caso aos órgãos ambientais competentes imediatamente, permanecendo com as ações na localidade para determinação da extensão do evento, conforme previsto no Programa de Atendimento à Mortandade de Peixes do Plano de Reparação Socioambiental da Bacia do Rio Paraopeba.
“Adicionalmente, estão sendo realizadas coletas de água, sedimentos e material biológico para possibilitar a análise das possíveis causas da morte dos peixes. Importante ressaltar que a empresa realiza monitoramento permanente e uma extensa investigação nos sedimentos e solos na Bacia do Paraopeba, com o intuito de avaliar possíveis impactos do rompimento. Os resultados de mais de 400 amostras e 6 mil análises não apresentaram concentrações de elementos potencialmente tóxicos acima dos limites estabelecidos pela legislação”, diz o texto.
Já a Semad – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, informou, que o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), responsável pela operação da rede de monitoramento da bacia do Rio Paraopeba, está realizando coletas emergenciais na área afetada, para realização de análises laboratoriais. E que equipes da secretaria, do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e da Polícia Militar de Meio Ambiente também estão em campo, averiguando possíveis causas para o ocorrido.