Cresce síndrome do olho seco entre jovens comprometendo qualidade de vida

Patologia está se tornando cada vez mais comum entre jovens, de 18 a 25 anos, segundo pesquisa no Reino Unido

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Quem costuma sentir os olhos cansados e secos no fim do dia pode estar sofrendo com a síndrome do olho seco e nem desconfia. A patologia está se tornando cada vez mais comum entre jovens, de 18 a 25 anos, segundo pesquisa no Reino Unido e servindo como alerta para os cuidados em manter a qualidade da saúde ocular ainda na juventude. O estudo é de pesquisadores da Aston University e foi publicado na revista científica The Ocular Surface, revelando que 90% desses jovens apresentam um sintoma de secura ocular.

A oftalmologista e diretora do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, Juliana Guimarães, a síndrome do olho seco decorre da produção insuficiente de lágrimas ou quando a qualidade delas é inadequada. Assim, o olho sofre com o ressecamento e irritação, bastante incômodos. A condição é acompanhada de vermelhidão; ardência; visão embaçada; sensibilidade à luz; sensação de peso e  presença de um corpo estranho no local, como areia.

A função das lágrimas é lubrificar e limpar os olhos, protegendo contra resíduos e infecções, sendo um reflexo emocional regulador. Os componentes da lágrima podem conter hormônios e proteínas para reduzir os efeitos do estresse e melhorar o humor.

Normalmente, o olho seco é uma ocorrência mais frequente na faixa etária próxima dos 50 anos de idade. Contudo, a situação está sendo cada vez mais registrada entre jovens, devido aos  hábitos no uso da tecnologia. O excesso de tempo em frente a telas de celular/computador/televisão  é considerado extremamente prejudicial à saúde ocular. “A frequência de crianças, adolescentes e jovens adultos nessa situação está comprometendo a qualidade da visão precocemente”, afirma Juliana.

A luz artificial emitida pelos dispositivos, conhecida popularmente como luz azul, aos poucos, pode danificar a retina e obrigar o uso de óculos, devido à fadiga visual; dores de cabeça e, até mesmo, as alterações do sono com a iluminação afetando a produção de melatonina. A verdade é que a propensão de piscar vai ficando menor, pois a concentração reduz a frequência do ato involuntariamente. 

Outros motivos ligados à síndrome são a exposição a ambientes com ar-condicionado e baixa umidade; uso de determinados tipos de medicamentos; doenças sistêmicas – como o diabetes e artrite reumatóide -; deficiência de vitaminas – como o Ômega 3 e A -; além de ser do sexo feminino, sobretudo, na fase da menopausa e gravidez, sofrendo com grandes alterações hormonais.

A recomendação é manter consultas periódicas para avaliar mudanças oculares e prevenir problemas mais graves, decorrentes da falta de cuidados.  Para Juliana, o grande risco da síndrome do olho seco está na evolução para uma ocorrência crônica, causando danos na superfície do olho, como por exemplo, lesões na córnea e úlceras ou cicatrizes, ampliando o risco de infecções que podem levar à perda parcial ou total da visão, quando não tratadas adequadamente.

Fonte: Multi Comunicar/Assessoria de Comunicação

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