Entre torneiras secas e a água suja: a realidade de milhares de famílias em Brumadinho

Moradores de várias localidades ainda enfrentam um drama cotidiano que, para muitos, permanece invisível

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Quando não falta, a água chega suja e barrenta. É assim que centenas de famílias em Brumadinho convivem quase diariamente com os problemas do abastecimento de água do sistema público, tanto pelo serviço oferecido pela prefeitura quanto pelo oferecido pela Copasa. Nos últimos anos, o jornal Folha de Brumadinho tem publicado denúncias de moradores de diversas regiões do município sobre as péssimas condições do fornecimento de água, principalmente nas comunidades do interior.

Mesmo com tanto dinheiro nos cofres públicos, após o rompimento da barragem da Vale, moradores de várias localidades ainda enfrentam um drama cotidiano que, para muitos, permanece invisível. As torneiras secas se tornaram parte da rotina de bairros, e comunidades rurais, principalmente no período de estiagem e para quem mora em áreas mais altas.

Uma moradora da região de Paulo Preto, em Marques, relata a dificuldade do acesso a água. “Nessa época do ano, a situação é pior. A gente nunca sabe quando vai ter água. Às vezes passa três dias sem cair nada na torneira”, conta.  A qualidade da água também é alvo de críticas. Em outro ponto da comunidade de Marques, por exemplo, moradores denunciam que a água está chegando muito suja nas torneiras, com a presença de sedimentos e cor avermelhada, o que levanta preocupações sobre a qualidade e os riscos à saúde.

Organizações da sociedade civil e representantes das comunidades cobram ações mais eficazes e sustentáveis para garantir o acesso à água de qualidade, um direito básico que, para muitos em Brumadinho, ainda é um privilégio. Enquanto uns esbanjam, outros moradores ficam sem água até para beber, cozinhar e realizar as necessidades básicas.

Nossa reportagem entrou em contato com a prefeitura e a Copasa para explicar os problemas relacionados ao abastecimento de água no município. Em nota, a prefeitura informou que tem disponibilizado caminhões-pipa para atender as regiões afetadas pela falta de água. Mas, não comentou sobre a água suja que tem chegado em residências do município.

Já a Copasa alegou que a falta de água em bairros do munícipio ocorre quando há manutenção operacional do sistema, conforme ocorrido nessa quinta-feira, 16, nos bairros Santa Efigênia e São Sebastião ou quando o fornecimento de energia elétrico é interrompido na região. 

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