Caso metanol já impacta negativamente produtores de cachaça artesanal em Brumadinho

Agricultores com quase 100 anos de tradição estão tendo seus negócios interrompidos por falta de regularização da produção, mesmo com boa procedência

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Os recentes casos de intoxicação por bebidas alcoólicas adulteradas com metanol no Brasil, um tipo de álcool tóxico que pode causar sérios danos à saúde, como a cegueira, e ou até morte, está provocando uma série de danos comerciais que vão além da saúde.

Produtores de cachaças artesanais de Brumadinho também já estão sentindo no bolso os impactos negativos. Além da diminuição das vendas, muitos estabelecimentos estão sendo fechados pela fiscalização, devido as exigências técnicas e a falta de legalização junto aos órgãos reguladores, mesmo com boa procedência e reconhecimento no mercado. Nas últimas semanas, em Minas Gerais, produtores artesanais estão preocupados com o futuro, já que muitos não têm condições financeiras para regularizar e adequar tecnicamente sua produção.

Com isso, o pequeno produtor que não tem sua estrutura formalizada poderá ficar em desvantagem com grandes empresas do ramo de cachaçaria e enfrentam o risco de serem arrastados pela crise de reputação do setor.

Em Brumadinho, esta semana, em virtude das fiscalizações do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), no município, a secretaria municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento está direcionando uma equipe para ajudar a orientar os produtores rurais de cachaça artesanal, sobre as adequações dos espaços de venda, armazenamento e práticas seguras de produção. De acordo com o secretário Hernane Abdon, o objetivo é fazer com que o município preserve o trabalho de gerações nos alambiques tradicionais, garanta produtos artesanais de boa qualidade e procedência, além de preservar a renda dos pequenos produtores e a geração de empregos.   

Dados satisfatórios que tranquilizam

De acordo com um levantamento feito pela UFLA – Universidade Federal de Lavras – em mais de 400 laudos emitidos pelo laboratório do centro educacional, entre 2024 e 2025, foi possível observar que o nível de metanol aparece predominantemente como “não detectado” ou com concentração muito abaixo da máxima permitida. As análises mostram que o máximo encontrado foi 1,47 mg/100 mL de álcool anidro, quando são aceitos até 20 mg/100 mL. O diagnóstico aponta que a cachaça de alambique produzida em Minas Gerais não tem histórico de contaminações, o que tranquiliza os apreciadores da iguaria.

Foto: Arquivo/Prefeitura de Brumadinho

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