 
                A morte de uma criança indígena de apenas 1 ano, eletrocutada na tarde dessa quarta-feira, 29, na Aldeia Kamakã Mongoió, na região de Casa Branca, levanta um debate sobre a precariedade das condições dos povos originários na região.
Segundo informações dos indígenas, a criança brincava no terreiro da Aldeia quando uma gata teria derrubado a fiação que levava energia até uma máquina de lavar roupas. O cabo de energia teria encostado no menino, que levou um choque. Imediatamente, os pais da criança seguiram com ele até a Uai – Unidade de Pronto Atendimento, em Piedade do Paraopeba, mas o pequeno Hendrick Thawyk chegou sem vida.
De acordo com denúncias de uma das lideranças dos indígenas, por diversas vezes, já foram feitas solicitações, tanto na prefeitura quanto na Cemig, para a regularização do sistema de fornecimento de energia elétrica nas aldeias, mas até hoje o pedido não foi atendido. Ainda de acordo com o Cacique Nauru, recentemente, uma das casas pegou fogo por causa da rede elétrica improvisada.
Em agosto deste ano, um curto circuito na rede elétrica provocou um incêndio que atingiu parte da vegetação da Aldeia indígena do povo Xucuru Kariri, localizada na região de Alberto Flores, na antiga fazenda Pontal. Por pouco, casas da aldeia também não foram atingidas pelo fogo.
Procurada, a prefeitura informou que está prestando todo o apoio necessário à família da criança da aldeia Kamakã Mongoió, incluindo a disponibilidade de pagamento das despesas funerárias e o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar, composta por enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistente social e equipe do Comitê de Equidades.
Sobre a questão da precariedade da rede elétrica, a prefeitura disse, ainda, que já acionou a Brumadinho Ativos, empresa responsável pela operação, manutenção e extensão da rede de iluminação pública, que enviará uma equipe técnica para avaliar a situação e encaminhar as demandas à Cemig, uma vez que a responsabilidade pelo sistema é da companhia elétrica.
Já a Cemig, informou por meio de nota, que não houve registro de acidente relacionado ao caso envolvendo a rede elétrica regular da companhia. E que o local não possui atendimento da concessionária, por ser um assentamento sem regularização fundiária, fora das condições de instalação de rede elétrica.
A Vale, que é dona do terreno, lamentou o ocorrido e disse que a aldeia já tem carta de anuência para a instalação da rede elétrica da Cemig.
Foto: Frei Gilvander
 
				 
				 
				