Algumas condições vasculares são bastante silenciosas, apresentando sinais apenas em estágio avançado, sendo necessária atenção aos sintomas, como varizes, principalmente se aparecem em apenas uma das pernas, indicando a existência da síndrome de May-Thurner.
A condição leva a artéria ilíaca comum direita a comprimir a veia ilíaca comum esquerda, sendo que ambas estão no abdome inferior e pelve. Segundo o cirurgião vascular, membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) Josualdo Euzébio Silva, a situação de cruzamento dificulta o retorno do fluxo sanguíneo, de maneira total ou parcial, ao coração, devido ao estreitamento do vaso.
A partir de então, alguns incômodos se tornam comuns e visíveis, como dor, inchaço e varizes, evoluindo para uma estase venosa. A situação apresenta estagnação de sangue na veia, ampliando os riscos de trombose venosa profunda – formação de coágulos de sangue -, causando sintomas como dor no membro acometido, inchaço, sensação de peso e alterações na textura, coloração e temperatura da pele.
A patologia atinge de 2% a 3% da população, sendo mais comum nas mulheres, principalmente, entre aquelas de 20 a 50 anos – correspondendo a 72% de todos os casos diagnosticados. Além disso, é comumente identificada na perna esquerda, mas não está restrita a esse lado.
Qualquer um dos sinais – principalmente no lado esquerdo do corpo – é indicativo para consultar um cirurgião vascular. Josualdo explica que o diagnóstico se dá com diferentes exames, como a ultrassonografia, tomografia, ressonância magnética, doppler vascular ou a flebografia.
O tratamento é cirúrgico, na maioria das ocorrências. A angioplastia com colocação de stent para desobstruir a veia é a opção menos invasiva e mais moderna, envolvendo o uso de um cateter, inserido através de uma artéria, até o local atingido. O processo aplica o tubo de malha metálica para manter o vaso aberto.
Os medicamentos anticoagulantes também podem ser recomendados para evitar a formação de coágulos. “O tratamento da síndrome de May-Thurner é essencial, evitando problemas graves como trombose e embolia pulmonar”, afirma o especialista.
Fonte: Multi Comunicar/Assessoria de comunicação
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