A trombose é uma condição vascular ainda muito menosprezada por grande parte dos brasileiros, apesar de extremamente grave, provocando problemas de maneira silenciosa, como infarto, acidente vascular cerebral e embolia pulmonar, sendo, todas elas, de caráter fatal. Para se ter uma ideia, a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) estima mais de 489 mil brasileiros internados por trombose, entre 2012 e 2023. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 75 mil casos ocorreram em 2024, enquanto, apenas nos primeiros seis meses deste ano, mais de 36 mil novos diagnósticos já foram registrados.
Segundo o cirurgião vascular, membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), Josualdo Euzébio Silva, a condição forma coágulos de sangue nas veias, ocorrendo, principalmente, em membros inferiores, região em que a circulação é mais lenta, naturalmente, uma vez que deve percorrer os membros para retornar ao coração.
Os principais fatores são genética, sedentarismo, obesidade, idade avançada, colesterol elevado, consumo de álcool, tabaco e a necessidade de passar por longos procedimentos cirúrgicos que requerem imobilidade prolongada.
As mulheres têm riscos duplicados por passarem por grandes alterações hormonais, ampliando essa probabilidade, como a gravidez e, como Josualdo recorda, medicamentos à base de hormônios, como os anticoncepcionais e os de reposição hormonal, usados durante a menopausa.
Os sintomas da trombose tendem a ser bastante silenciosos, um dos grandes perigos dessa condição, apresentando sinais somente em estágio mais grave. Normalmente, os pacientes se queixam de dores no local atingido, inchaço, mudanças na coloração, textura e temperatura da pele e, até mesmo, dificuldade para andar.
A recomendação médica é, em casos de indícios, buscar um hospital urgentemente para evitar fatalidades. As pessoas devem manter consultas periódicas com um cirurgião vascular, destacadamente, aquelas com histórico familiar.
Muitas vezes, o tratamento envolve medicamentos anticoagulantes para dissolver os trombos. Contudo, Josualdo explica que casos mais graves requerem procedimentos cirúrgicos para controle, quer seja pelo tamanho do trombo, o local em que se encontra, ou pelos danos causados por levarem à obstrução.
Quem tem planos para viagens de longa duração (Avião, ônibus, trem ou carro), deve, preferencialmente, consultar um cirurgião vascular. “Os passeios com longos trajetos podem causar a trombose do viajante pela quantidade de tempo sentado em um local apertado. Para prevenção, o médico pode recomendar meias de compressão, dar dicas para manter a hidratação e utilizar roupas confortáveis” informa.
A prevenção começa com cuidados cotidianos, como a prática de atividade física, boa alimentação, hidratação e o abandono do fumo e álcool. Os membros inferiores não possuem um órgão, como o coração, contudo, a panturrilha recebe o título informal de “segundo coração”, pois a contração é capaz de melhorar o impulsionamento do sangue e, por isso, é importante se manter em atividade.
Fonte: Multi Comunicar/Assessoria de Comunicação
