
Alguns minutos com os bebês já são suficientes para observar comportamentos bastante característicos, como o ato de mexer e encarar as mãos, situação simples, mas encantadora. Pode até parecer uma ação sem significado, contudo, está diretamente relacionada ao desenvolvimento.
A expectativa é que o bebê descubra as mãos por volta dos dois meses, fase em que começa a interagir, brincar e sorrir com elas, passando pela evolução inicial de habilidades. O processo segue ao longo dos meses, até que possa pegar diferentes objetos, passá-los de uma mão para a outra, levá-los à boca e, claro, aprenda a colorir e escrever em idade mais “avançada”.
De acordo com a PHD em neurociências, psicanalista e psicopedagoga, Ângela Mathylde Soares, no mesmo momento em que o pequeno se mostra encantado com as mãos, o cérebro está em pleno funcionamento, processando o mundo ao redor. A condição é considerada um dos “marcos do desenvolvimento infantil”, sendo a primeira fase de um longo processo. A tendência é durar durante toda a primeira infância, período compreendido do nascimento aos seis anos de idade.
Os bebês com até 3 meses de idade já devem receber estímulos para manusear objetos e observar os adultos, durante essa fase. O objetivo é estimular o desenvolvimento completo, envolvendo mente e os aspectos social e motor. As interações permitem, desde as primeiras semanas de vida, aprender sobre o próprio corpo de maneira funcional, identificando relações entre os movimentos e as consequências dessas ações.
Um artigo publicado pela revista científica Infant Behavior & Development sugere uma forma de iniciar o processo de adaptação, além de oferecer o dedo para agarrar. A proposta é colocar objetos de diferentes texturas nas mãos dele, iniciando com os mais lisos, até chegar aos mais rugosos, para se acostumarem com a pegada necessária em cada um deles.
Outra recomendação é estimular o movimento dos braços. A proposta é usar um feixe de luz, direcionado ao peito do bebê, para se sentir atraído e tentar pegar a luminosidade. Vale lembrar que a criança deve estar confortável e em ambiente seguro para iniciar o processo de explorar.
Para Ângela, outros pontos de atenção estão na dificuldade para sustentar a cabeça, sentar, engatinhar ou andar na idade adequada, entre 2 e 5 meses, 6 a 8 meses e até os 18 meses, respectivamente. As dúvidas devem ser esclarecidas com um pediatra e, se necessário, indicar tratamento e acompanhamento especializado.
Fonte: Multi Comunicar/Assessoria de Comunicação