
O súbito falecimento de uma empresária em Maceió, devido a um aneurisma, chamou atenção pela gravidade da situação, sobretudo, pelo local em que passou mal, uma academia. Patrícia Pereira tinha 49 anos e, segundo relato de amigos e familiares, estava se queixando de dor de cabeça há alguns dias, mas por se sentir melhor, decidiu retomar a rotina. Ela teria passado mal, antes de iniciar os exercícios na academia, enquanto fazia alongamentos.
O diagnóstico óbito por aneurisma cerebral, patologia classificada como um tipo de malformação nas artérias, normalmente, devido a uma dilatação considerada anormal. O médico cirurgião vascular, membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), Josualdo Euzébio Silva, afirma que a condição é considerada um dos tipos mais perigosos e comuns, uma vez que o rompimento pode levar à morte ou fazer com que as vítimas sofram sequelas o resto da vida. Para se ter ideia, a probabilidade de sobrevivência para essas ocorrências é de 50%.
Outro grande risco dos aneurismas, está no caráter silencioso. Normalmente, os sintomas tendem apenas a surgir, quando a condição está em estágio mais avançado. Centenas de pessoas passam a vida sem saberem que possuem a condição, sobretudo, quando não existe o costume de realizar um check-up vascular.
O surgimento dos sinais chegam com dor de cabeça, súbita ou intensa – o sintoma mais marcante da doença, cuja sensação varia conforme o local e artéria atingida – náuseas, vômitos, rigidez no pescoço, visão turva ou dupla, sensibilidade à luz, convulsões e perda da consciência.
A recomendação de Josualdo é ter atenção aos fatores de risco, como a genética, a pressão alta, idade avançada, o tabagismo e ser do sexo masculino ou branco. Quem tem casos na família deve manter um acompanhamento anual para prevenção de problemas. Os cuidados variam conforme cada caso, sendo que, geralmente, os medicamentos são alternativas utilizadas para controle, assim como cirurgias.
As pessoas devem manter uma vida saudável com alimentação adequada e a prática de exercícios, sempre de moderada à leve, como caminhada ou natação. “A opção pela musculação pode ser definida à partir de uma conversa com especialista, porém, por ser considerada uma atividade de alta intensidade, ações como o levantamento de peso são arriscados, pois causam o aumento da pressão e elevam o risco de ruptura”, explica o médico.