Pesquisa revela como a internet compromete a saúde mental de jovens

Estudo envolvendo 194 países, revelou que uma a cada sete crianças e adolescentes, entre 10 e 19 anos, sofrem com algum tipo de transtorno mental

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A preocupação com a saúde mental é cada vez maior entre brasileiros, sobretudo, entre os mais jovens, envolvendo crianças e adolescentes, convivendo com um mundo virtual. Afinal, a situação deixa os internautas mais suscetíveis a desenvolverem condições comprometedoras da qualidade de vida, principalmente, em relação ao funcionamento cerebral.

Uma pesquisa do grupo de defesa dos direitos da criança, KidsRights, em parceria com a Universidade Erasmus de Roterdã, envolvendo 194 países, revelou que uma a cada sete crianças e adolescentes, entre 10 e 19 anos, sofrem com algum tipo de transtorno mental.

Os pesquisadores alertam que os resultados apontam uma realidade crítica, ampliada, justamente, pela popularidade da internet e das redes sociais, consideradas altamente viciantes. A verdade é que a rede mundial de computadores afeta o cotidiano negativamente, atrapalhando as atividades e o próprio desenvolvimento e evolução do ser humano.

A PHD em neurociências, psicanalista e psicopedagoga, Ângela Mathylde Soares, recorda que algumas das condições mais comuns, decorrentes dessa situação, são os casos de ansiedade e depressão, conhecidas como os verdadeiros malefícios do século 21. A situação também ampliou o registro de transtornos de comportamento; síndrome do pânico; déficit de atenção e hiperatividade; transtornos alimentares e, até mesmo, o abuso de substâncias.

Vários países querem reverter a situação com medidas restritivas para o tempo de uso dos aparelhos celulares ou ao acesso. A Austrália, por exemplo, proibiu o uso entre menores de 16 anos, contudo, os estudiosos não acham que decisões tão restritivas sejam eficientes, uma vez que o grupo também possui direitos civis e políticos.

Uma das soluções seria algo semelhante a políticas definidas pelo Brasil. No início do ano, o governo proibiu o uso do aparelho em ambientes escolares, exceto, para atividades de cunho pedagógico. Desta forma, os jovens podem focar nos estudos, mas, também, não se tornam socialmente isolados.

A neurocientista ainda recorda que a presença constante nas redes sociais aumenta a exposição dos adolescentes a outros problemas já existentes na vida real: a violência psicológica e de gênero, bullying, exploração sexual e a desinformação.

A manutenção da saúde mental fica muito complicada com o acesso abusivo virtual e, consequentemente, outros dados lamentáveis evoluem: o suicídio entre jovens. O consumo excessivo de conteúdo online está cada vez maior e contribui para aumentar a taxa global, de 6 para cada 100.000 adolescentes, de 15 a 19 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

“Vale alertar que esses números, infelizmente, podem ser ainda maiores, pois, devido à subnotificação, quer seja por medo de abordar o assunto ou pela classificação incorreta; a falta de informação e a ausência de mecanismos eficientes para registro”, afirma Ângela.

Claro, a internet não é de todo ruim. Contudo, a questão é reverter determinados comportamentos sociais, considerados prejudiciais, em detrimento da segurança do grupo. Um exemplo de benefício está no maior acesso à informação, algo impossível até então.

Agora, as notícias e curiosidades mundiais estão sempre disponíveis a um clique, cabendo na palma da mão, para leitura, quando e onde quiser, permitindo a rápida descoberta de informações, que antes levaria anos. Por outro lado, a internet ainda é tratada como uma terra sem lei e acessada sem o devido cuidado, colocando em risco a saúde de quem ainda tem muito para viver e aprender.

Fonte: Multi Comunicar/Assessoria de Comunicação

Foto: Freepik

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