Jovem mineiro quase morre, por demora de diagnóstico de Embolia Pulmonar, após vários dias do acidente

Bernardo precisou passar pelo procedimento para inserir um cateter nas veias e retirar o trombo da artéria pulmonar, restabelecendo a circulação sanguínea nos pulmões

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Os problemas vasculares decorrem dos mais diferentes e abruptos acontecimentos. Um jovem mineiro de 24 anos sofreu um acidente de moto por causa  de  um animal na pista. Apesar de não ter ferimentos, aparentemente graves, ele quase morreu devido a uma embolia pulmonar.

O mecânico de equipamentos pesados, Bernardo Rodrigues Madeira, seguia para o trabalho, quando aconteceu o acidente, sendo lançado da moto. O pé atingiu o retrovisor de um carro, sendo a parte que mais o incomodava. Ele buscou ajuda em um hospital e os médicos diagnosticaram que a sola do pé estava aberta, sendo fechada com dez pontos. 

Os pontos o impediram de andar, assim como  o desconforto e o inchaço. Após 15 dias, com o fim da cicatrização, o pé ainda apresentava tamanho alterado. Os resultados dos exames de raio-x não mostraram nenhum problema, mas uma ressonância magnética indicou que dois ossos nos dedos estavam quebrados, porém, sem qualquer necessidade de cirurgia, apenas uso de bota ortopédica.

Os novos cuidados propiciaram maior liberdade, porém, após mais um período, Madeira começou a sentir uma dor na perna, acompanhada de cansaço. Ele acreditou que fosse decorrente do excesso de esforço. Pouco depois, em um almoço com amigos, sentiu falta de ar, momento em que os sintomas mais graves sinalizaram uma condição grave. 

Depois de horas no hospital e a decisão de procurar ajuda em outro local, recebeu outro diagnóstico: embolia pulmonar, situação que o deixou sob grave risco de vida. 

A patologia decorre da trombose, a formação de um coágulo de sangue, normalmente, nos membros inferiores. Quando o coágulo se desprende do local de origem e segue em direção ao pulmão, obstrui as veias e ocasiona a embolia, elevando a pressão e diminuindo a oxigenação do órgão.

Segundo o cirurgião vascular, membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), Josualdo Euzébio Silva existem diversos motivos para o sangue coagular, provocando os trombos, como a obesidade, sedentarismo, fatores genéticos e claro, fraturas ósseas, como a dele, apesar de serem consideradas mais raras.

Muitas vezes, a  patologia é assintomática, apresentando sintomas, somente em estágio mais avançado. Além do inchaço e da dor, a trombose ainda provoca calor, vermelhidão e rigidez, associada à sensibilidade ao toque e desconforto para movimentar o membro afetado.

O tratamento depende de uma série de fatores. Geralmente, os medicamentos anticoagulantes são indicados em casos mais simples, porém, quando grave, a solução é cirúrgica. O jovem precisou passar pelo procedimento para inserir um cateter nas veias e retirar o trombo da artéria pulmonar,  restabelecendo a circulação sanguínea nos pulmões. Posteriormente, se recuperou bem, tomando anticoagulantes e mantendo um acompanhamento com cirurgião vascular. 

O diagnóstico das duas patologias acontece sem querer, durante uma consulta de rotina, extremamente importante para a manutenção da saúde vascular. Josualdo recorda que as pessoas com casos familiares devem estar ainda mais atentas aos sinais, mantendo um acompanhamento mais frequente, assim como uma vida mais saudável com a prática de atividade física, dieta balanceada e o abandono do cigarro. 

Foto: Divulgação

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