Coluna Jornalista Valdir de Castro
Mais uma vez familiares das 272 vítimas do rompimento da barragem da Vale no Córrego do Feijão em Brumadinho, ocorrido em 2019, liderados pela Avabrum – Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem – aproveitaram taticamente o espaço da Exposibram –, exposição sobre mineração na América Latina que reúne as principais empresas de mineração do mundo, como palco para se manifestar pela responsabilização das empresas e das pessoas envolvidas nesta tragédia-crime.
Além de protestar, a buscou alertar o público ali presente e aos meios de comunicação que faziam a cobertura deste evento para a importância de uma mineração mais responsável e com maior fiscalização para evitar que novas tragédias, como a de Mariana e de Brumadinho, se repitam.
No local do evento, a entidade aproveitou taticamente o espaço entre o palco a plateia para erguer uma grande bandeira de cinco metros de comprimento com o nome “Brumadinho” com as fotos das pessoas que perderam a vida nesta tragédia-crime.
O protesto foi realizado diante de mais de mil pessoas no auditório do evento como uma maneira de reforçar a luta por justiça e pela responsabilização criminal dos responsáveis que, após cinco anos do desastre, seguem impunes.
A Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem – Avabrum representa as mães, irmãs e esposas das vítimas, que compartilham relatos de dor e resistência. Josiane Melo, diretora da entidade e sobrevivente do rompimento, emocionou o público ali presente ao afirmar que “Nós, familiares, não permitiremos que o mundo esqueça Brumadinho. Estamos aqui para lembrar a todos, inclusive autoridades e empresas presentes nesta feira, que as 272 vidas ceifadas exigem justiça e respeito.”
Josiane, que é irmã de Eliane de Oliveira Melo que morreu grávida de cinco meses nesta tragédia-crime, destacou a necessidade de que ocorram mudanças no setor de mineração para que tragédias como a de Brumadinho não se repitam.
Ela e outros familiares das vítimas reforçaram o fato de que, apesar dos anos de luta que desenvolvem, eles sentem uma grande frustração pela demora na punição dos culpados por este crime que até hoje seguem impunes.