A priorização do modelo de transporte rodoviário torna o Brasil um dos países com o maior número de acidentes automobilísticos, assumindo o terceiro lugar no ranking mundial, atrás apenas da Índia e da China. Os acidentes podem levar as vítimas à morte ou a complicações de diferentes tipos, inclusive, oculares. É fundamental aproveitar as campanhas “Maio Amarelo” para conscientizar sobre a importância da produção, direção defensiva e cuidados no trânsito, afinal, um acidente pode provocar a perda irreversível da visão.
Primeiro, é importante falar da baixa acuidade visual, ou seja, a dificuldade para enxergar objetos com nitidez. Segundo a oftalmologista do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, Paula Guimarães, dirigir requer que o motorista seja capaz de ver tudo o que está a sua frente, adequadamente, além de ler e identificar placas a uma determinada distância. A situação é um dos primeiros passos, antes de iniciar o processo para tirar a carteira de motorista, sendo necessária aprovação no exame oftalmológico.
A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego estima que os riscos de acidente, advindos de uma pessoa com baixa visão, sejam três vezes maiores. A verdade é que um simples baixo grau de miopia ou astigmatismo já faz uma grande diferença no trânsito.
Considerando o momento do impacto no caso de acidentes no trânsito, diferentes podem ser os problemas desencadeados, como inchaços, fraturas, descolamento de retina, ceratite e o hifema. Todos precisam ser tratados com atenção.
O uso de óculos é um dos motivos para a ocorrência de inchaços. No momento do impacto, os airbags são acionados. A força da abertura deles é capaz de quebrar a armação e, até mesmo, as lentes, feitas de vidro, existindo ainda, o risco de perfurar os olhos.
Em relação a cortes, é preciso lembrar que estilhaços dos vidros também podem atingir os olhos e, por isso, quem sentir a presença de um corpo estranho no olho, no momento de um acidente, deve mantê-lo fechado, evitando que o ato de piscar piore a situação.
A oftalmologia explica que as fraturas costumam acontecer quando o globo ocular recebe todo o choque, em vez do osso da órbita ocular, fazendo com que se quebre, principalmente, na parte considerada mais frágil, abaixo do globo. O inchaço, dor e sangramentos nasais são considerados comuns, porém, em alguns casos, os indivíduos não apresentam sintomas.
O descolamento de retina é a condição em que o revestimento que cobre a parte traseira do olho se desprende e, a partir disso, o fornecimento de nutrientes é interrompido, causando a degeneração celular.
A ceratite é um tipo de queimadura que acomete a córnea e, em acidentes, surge no momento em que o airbag infla, emitindo produtos químicos, como aerosol, amônia e hidróxido de sódio. O desconforto e dor são considerados intensos. O lacrimejamento, a saída de uma secreção dos olhos, inchaço na pálpebra, visão turva, sensibilidade à luz, coceira e vermelhidão são outros sintomas comuns, causados pela inflamação.
Vale alertar ainda sobre o hifema, pouco conhecido, mas os efeitos são perigosos, indicando que o acidentado está com uma hemorragia interna na câmara do olho, podendo levar à cegueira parcial ou total. O sangramento acontece na câmara frontal entre a córnea e a íris. A situação pode provocar ainda, um sangramento adicional, mesmo dias depois após a lesão. Os sintomas são dor, embaçamento e sensibilidade à luz. Em alguns casos, o globo ocular se torna vermelho pelo acúmulo de sangue. A condição precisa ser monitorada.
Paula lembra que os olhos nem sempre são a maior preocupação em caso de acidentes, mas são extremamente importantes. Apesar da aparente gravidade da situação, todos os problemas citados têm soluções, desde que sejam tratados rapidamente e de maneira adequada para uma melhor recuperação.
Multi Comunicar/assessoria de comunicação