Moradores de Aranha estão indignados com descaracterização de praça

Uma comissão formada por moradores e com representantes da Associação Comunitária de Aranha se reuniram na noite de ontem, 15, para protestar contra a descaracterização da Praça Padre Agostinho. Eles vistoriaram o local e alegam que a Prefeitura está trocando os bloquetes por concreto, acabando com a permeabilização do solo e desconfigurando a originalidade da praça. Eles relatam ainda, que a comunidade não foi consultada em nenhum momento.

De acordo com os moradores, a Prefeitura não apresentou até agora o projeto de revitalização do local. Logo no início das obras, em abril deste ano, os moradores tiveram que intervir, para impedir que árvores com quase 50 anos fossem derrubadas.

Sidney Andrade, morador de Aranha relata a insatisfação da comunidade. “Nós não aceitamos da forma que estão conduzindo a reforma da nossa praça. Não tivemos a apresentação de nenhum projeto. Estão fazendo do jeito deles, como eles querem. Não permitimos a retirada dos bloquetes que estavam desde a década de 80. Além da questão de indentidade do local, estamos preocupados com questão da drenagem. Não tem nada que faça o devido escoamento da água da chuva”, ressalta Sidney.

Janete Bernardino, também moradora de Aranha expressa sua tristeza ao ver a praça toda desconfigurada. “Eu nasci em Aranha e essa praça é a nossa identidade. Aqui cresci e criei meus filhos. A praça é um ponto de encontro das nossas famílias. E o mínimo que esperamos é que o poder público faça da forma como a comunidade quer. Exigimos isso. Não aceitamos substituir os bloquetes por concreto”, reafirma Janete.

Representantes da Prefeitura e o vereador da região foram convocados, mas ninguém apareceu ontem no local. Os moradores decidiram, junto com a Associação Comunitária, oficializar a Prefeitura e outros órgãos sobre a situação e disseram que não vão permitir o andamento das obras da forma que está.

As obras devem custar mais de 273 mil reais aos cofres públicos. Os moradores também cobram agilidade na reforma, já que o espaço é um dos poucos meios de diversão para a população local. Eles relatam ainda, que a reforma, que já dura mais de 7 meses, prejudica também os comerciantes do entorno da praça.

O jornal Folha de Brumadinho procurou a Prefeitura para falar sobre a obra, mas até o momento não tivemos retorno.