Nova técnica identifica o Autismo através do rastreamento ocular

Um inovador rastreamento ocular permite identificar crianças com o Transtorno de Espectro Austista (TEA) e deve revolucionar os processos de tratamento na saúde mental. O projeto é chamado de Eye Tracking, desenvolvido pela Fundação José Luiz Egydio Setúbal, sendo elaborado pelo Núcleo de Primeira Infância e Neurodesenvolvimento e já aprovado pelo Ministério da Saúde. Entre os grandes desafios enfrentados no diagnóstico dessas doenças, está a ausência de um critério objetivo, já que, atualmente, são usados critérios observados subjetivamente por um profissional.

A oftalmologista e diretora do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, Juliana Guimarães, explica que um dos primeiros comportamentos ao nascer é olhar fixamente para os objetos, quer seja porque se mexem, são coloridos, apresentam luzes, fazem barulhos ou apenas estimulam a curiosidade de quem quer assimilar o mundo. O olhar fixo começa pouco depois do nascimento e, ao longo dos meses, os bebês se tornam cada vez mais curiosos. Os pais devem ficar atentos em relação à conduta de seus filhos, uma vez que, é natural se interessarem e passarem tempo encarando as coisas, reagindo aos estímulos do ambiente e, se isso não ocorrer, a recomendação é consultar um especialista.

Quanto mais rápido ocorrer o diagnóstico do autismo, melhor será, porque umas das principais características da condição está no distanciamento social, interesses restritos, comportamentos repetitivos, comunicação prejudicada e, claro, a falta de contato visual. A visão para quem tem um comportamento autista pode ser distorcida, apresentar muita sensibilidade a luzes fortes e claras e, até mesmo, ver os objetos em tons mais escuros do que são. 

O projeto de rastreamento é essencial para analisar esses comportamentos, considerados mais recorrentes, permitindo um importante diagnóstico precoce para início de um tratamento multidisciplinar, rápido e com melhores resultados.