Semana Mundial do Glaucoma: doença pode causar perda irreversível da visão

De acordo com dados do CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia, de 1% a 2% da população apresentou a condição, em 2024

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Algumas doenças oculares são bastante silenciosas, como o glaucoma, considerada a principal causa mundial de cegueira irreversível. De acordo com dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), de 1% a 2% da população apresentou a condição, em 2024.

Conforme explica a oftalmologista diretora do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, Juliana Guimarães, o glaucoma decorre da elevação da pressão intraocular, afetando o nervo óptico, ligado ao cérebro para formar a visão. “Dentro do olho, é possível encontrar o humor aquoso, um líquido que nutre a córnea e mantém a temperatura interna nos níveis ideais, quando não se movimenta, entretanto, pode, paulatinamente, provocar a morte de células sensoriais, além de aumentar a pressão no local”.

Apesar de incidir em uma pequena parcela da população, a CBO aponta uma probabilidade para desenvolvimento da condição ampliada, a partir dos 40 anos, em 2% e, até 6%, depois dos 70 anos.

O histórico familiar é considerado um dos principais fatores de risco, junto com o diabetes; ser negro (chance 3,8% maior, contra 2,1% em brancos); altos graus de miopia; alterações arteriais; estresse; enxaqueca; colesterol elevado; apneia do sono e o uso de colírios ou corticoides de maneira inadequada, sem prescrição médica.

Existem 4 tipos de glaucoma, sendo que o mais comum corresponde a 80% dos casos, conhecido como glaucoma de ângulo aberto ou crônico simples, com maior tendência a se desenvolver em pessoas com mais de 40 anos. Apesar de mais rara, Juliana recorda que a doença também é diagnosticada em recém-nascidos, na versão congênita.

O problema está no risco e em seus sintomas, que só costumam surgir, quando a patologia já está avançada, levando a perda da visão periférica, tropeços ou o hábito de esbarrar nos objetos ao redor, pelas alterações na visão.

Diferentemente da catarata, que pode ser revertida, o glaucoma não possui cura, então, uma vez que o indivíduo é diagnosticado, terá a condição para sempre, o que requer o acompanhamento profissional para controle.

Antigamente, a única forma de controle era através do uso de diferentes colírios, aplicados várias vezes ao dia, contudo, com a evolução da tecnologia, uma cirurgia, chamada Trabeculoplastia Seletiva a Laser (SLT), já está disponível. Ela tem a capacidade de diminuir a pressão intraocular e eliminar o uso total ou parcial dos colírios no cotidiano.

A especialista afirma que manter consultas anuais, sobretudo, em caso de conhecimento do histórico familiar, é essencial para prevenir o aparecimento de doenças desse caráter e sua perigosa evolução. O diagnóstico precoce evita complicações e garante maior assertividade no tratamento.

Fonte: Multi Comunicar/Assessoria de Comunicação

Foto: Freepik

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