Familiares e organizações protestam contra pedido de HC do ex-presidente da Vale

Pedido de habeas corpus de Fabio Schvartsman será julgado entre 6 a 12 de março, em sessão virtual. Se aceito, ex-presidente da Vale ficará livre da ação penal no caso Brumadinho

Organizado pela Avabrum – Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão-Brumadinho – e com o apoio de representantes de diversas organizações, centenas de pessoas participaram na manhã dessa segunda-feira, 4, de um protesto contra o pedido de habeas corpus que pode livrar o ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, da ação criminal o caso do rompimento da barragem B1, da mina Córrego do Feijão, em janeiro de 2019 e que matou 272 pessoas. A mobilização aconteceu na porta do TRF 6 – Tribunal Regional Federal da 6ª Região – no bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte.

“Viemos até aqui para fazer o nosso clamor por justiça, para pedir aos desembargadores que não reconheçam o HC. Schvartsman sabia da insegurança da barragem, sabia que ela poderia romper a qualquer momento. Ainda assim, nada fez, a não ser procurar quem era o responsável por ter feito a denúncia da insegurança da mesma. Nós estamos aqui para clamar aos desembargadores que não tornem reconhecido esse HC. Quem cometeu o crime foram eles, mas os aprisionados aqui somos nós”, disse a presidente da AVABRUM, Andresa Rodrigues, e que também perdeu o filho Bruno Rodrigues, com 26 anos, na tragédia-crime da Vale.

Durante o ato foi feita a chamada dos 272 nomes das vítimas mortas no rompimento da barragem e, para cada nome, os manifestantes afirmavam: “presente”. Já para as 3 vítimas que seguem não encontradas – Maria de Lurdes Bueno, Nathália Araújo e Tiago Silva – o grito em resposta foi “ausente”. Às 12h28, horário em que a barragem rompeu em 25 de janeiro de 2019, foi feito um buzinaço para chamar a atenção das autoridades.

O rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, completou 5 anos e 1 menos no último dia 25 de fevereiro. Pelo menos 16 pessoas são acusadas por homicídio doloso qualificado pelas mortes causadas pela tragédia. Ninguém foi julgado até agora.

Foto: Avabrum