Cortina de poeira toma conta de Brumadinho

Uma camada espessa de poeira de minério pôde ser vista sobre carros, nas lojas e produtos

Uma cidade castigada pela tragédia-crime da Vale, com 272 mortes causadas pelo rompimento da barragem de Córrego do Feijão, mas que ainda sente diariamente os reflexos da extração minerária sem limites e regras. Nesta sexta-feira, dia 5, por volta de meio dia, moradores da cidade ficaram assustados com uma nuvem de poeira, que tomou conta do centro.

As imagens foram gravadas pelo comerciante Alcino Pereira Paraiba no momento em que uma locomotiva, carregada de minério, passou pela região central.

Uma espessa camada de poeira pode ser vista sobre os carros, nas lojas e nos produtos expostos. Moradores relatam que apesar de hoje ter sido visivelmente pior, a situação acontece com frequência, até mesmo antes da tragédia da Vale.

O jornal Folha de Brumadinho ainda não conseguiu falar com nenhum representante da empresa, que tem sede regional em Juiz de Fora. Nenhum órgão fiscalizador também não se pronunciou até o momento sobre a situação.

O transporte de minério de ferro é feito pela empresa MRS Logística. No site da empresa, uma matéria publicada essa semana, a MRS exalta a renovação do contrato concessão pública e as novas locomotivas que começam a circular, com o lema: “Renovando nosso compromisso com o futuro da ferrovia no Brasil”. De acordo com a publicação, os projetos descritos no Plano de Investimentos da empresa estão sendo avaliados pelo Ministério da Infraestrutura e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Após as aprovações, o projeto será encaminhado para o aval do Tribunal de Contas da União (TCU).