Moradores de Casa Branca protestam contra reativação de mineração

Ato é contra a reativação da mina pela Mineração Geral do Brasil (MGB). Projeto prevê extrair 17 milhões de toneladas de minério de ferro na região.

Os moradores de Casa Branca realizaram na manhã deste domingo, 25, uma carreata contra a mineração na Serra do Rola-Moça. O movimento popular ‘Rola-Moça Resiste’ saiu da praça de Casa Branca e foi até o Mirante dos Veados, onde realizaram o ato contra a reativação da mina de Casa Branca pela Mineração Geral do Brasil (MGB).

O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) pautou para esta próxima terça-feira (27) sessão para exame de licença ambiental da mineradora MGB.

Hoje, a tragédia-crime da Vale completou 1 ano e 9 meses. Durante a manhã, familiares e amigos prestaram homenagens às vítimas do rompimento da barragem de Córrego do Feijão, que matou 272 pessoas, em janeiro do ano passado.
Fotos: Movimento Rola Moça Resiste
O projeto

O projeto, que teve aprovação do Conselho do Parque do Rola Moça, em 2018, solicita autorização para operar a Mina Casa Branca, numa área contígua ao Parque da Serra do Rola Moça, com previsão de extrair 17 milhões de toneladas de minério de ferro, em seis anos de operação.

Além da mineração acontecer numa área protegida de proteção ambiental, o projeto da MGB prevê a abertura de uma estrada de aproximadamente 1,5 quilômetro dentro do parque para escoar a produção de minério, com a supressão de pelo menos três hectares de mata. A via seria construída paralelamente a uma outra estrada já existente e ampliaria do fluxo de caminhões, aumentando a poluição do ar e o barulho dentro do parque.

Histórico

A solicitação da MBG para minerar na área é subsidiada pelo fato de ter havido no passado o abandono da mina Casa Branca. Ela argumenta que, para fazer a recuperação da área, bem como da cava que fora deixada aberta (um grande buraco na borda do parque), é preciso voltar a minerar.

A interdição de Casa Branca aconteceu em 2001, em razão de questionamentos do Ministério Público Estadual sobre danos ambientais gerados pela operação da empresa nesse período, sem as devidas compensações ambientais no processo de licenciamento. Após a decisão, a operação foi abandonada e os danos ambientais permanecem, ameaçando inclusive a estrada que corta o parque e que leva a pontos turísticos da unidade de conservação. Agora, a MGB Mineração coloca como condição para estabilizar a cava, nova extração de minério de ferro.

O Parque do Rola Moça

Parque Estadual da Serra do Rola Moça, o terceiro maior parque urbano do País que se encontra na divisa de quatro municípios (Nova Lima, Ibirité, Brumadinho e Belo Horizonte) e que foi criado com o objetivo de proteger os mananciais da região.

Com uma área de 4 mil hectares, o Parque Estadual da Serra do Rola Moça foi criado em 1994, visando a proteção da biodiversidade e dos cursos d’água Taboão, Rola-Moça, Barreirinho, Barreiro, Mutuca e Catarina, que servem ao abastecimento da população da região metropolitana.

Além da Serra do Rola Moça, estão presentes no Sinclinal Moeda outras quatro Unidades de Conservação de Proteção Integral: Estação Ecológica de Fechos, Monumento Natural da Serra da Moeda e Estação Ecológica de Arêdes, estaduais e o Monumento Natural Municipal da Serra da Calçada. Uma unidade de uso sustentável Área de Proteção Ambiental sul (APAsul) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), Capitão do Mato, Trovões, Rio do Peixe, Andaime, Fazenda João Pereira.
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Fonte: Observatório Leia – jornal Manuelzão UFMG