Grávidas têm mais risco para desenvolver doenças vasculares

Um levantamento aponta que 76% dos 695 mil casos de varizes no Brasil foram diagnosticados entre elas

As mulheres são as maiores vítimas de algumas das mais conhecidas condições vasculares, as varizes e a trombose, principalmente, decorrentes de situações como  gravidez e os hormônios. Um levantamento divulgado pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), com dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, entre os anos de 2013 e 2022, aponta que 76% dos 695 mil casos de varizes no Brasil  foram diagnosticados entre elas. As gestantes necessitam de cuidados especiais para evitar complicações.

De acordo com o cirurgião vascular, membro titular da SBACV, Josualdo Euzébio Silva, varizes são veias finas em tom azul, roxo, vermelho ou esverdeado, dilatadas e tortuosas, espalhadas pelo membro, principalmente, os inferiores, ou seja, as pernas, cuja circulação é mais lenta. O desenvolvimento começa com um problema nas válvulas com a função de regular a volta do sangue até o coração.

A genética e a idade – superior a 40 anos – são alguns dos fatores de risco, assim como a gravidez, uma vez que as mudanças hormonais, aumento do peso e do sangue circulando no organismo, associados à pressão do útero, provocam um maior impacto nos vasos na pelve.

Um dos riscos das varizes é a trombose venosa profunda, denominação para formação de um coágulo de sangue nas veias. A situação é decorrente do comprometimento da circulação local, diminuindo o fluxo e promovendo o acúmulo de sangue, elevando as chances de um coágulo se desenvolver. 

Além da gravidez, idade e genética, a obesidade, câncer, cirurgias extensas e o tabagismo, a imobilidade ou mobilidade reduzida, também são fatores de risco, sendo que os dois últimos são comuns entre diversas gestantes, em especial, nos últimos meses da gestação.

Os principais sintomas da trombose são o inchaço do membro acometido, acompanhado do aumento da temperatura local, vermelhidão, queimação e a sensação de dor, notadamente, ao tentar se movimentar. Contudo, deve-se estar ciente que a patologia possui um início silencioso e, por isso, esses sinais podem  indicar evolução do problema. 

Josualdo lembra que a trombose é considerada perigosa por ser a origem de outra doença, a embolia pulmonar,  causando o risco de morte. A condição leva o trombo a se deslocar de seu ponto de formação, movimentando-se até os pulmões.

A presença de uma forte dor no peito, falta de ar, tosse com a presença de sangue, alterações na pressão (com a sua queda), a frequência cardíaca alterada, tontura e desmaios indicam a necessidade de a pessoa procurar rapidamente  um serviço de emergência. 

A embolia é considerada uma das principais causas mundiais de morte materna, representando um terço das ocorrências, sendo que os sintomas podem ser confundidos com os da gravidez, porque alguns deles, como a falta de ar e taquicardia, são considerados, relativamente, comuns durante o período, pelo crescimento do bebê e a compressão dos outros órgãos.

A indicação do profissional para evitar sustos e colocar vidas em risco é sempre buscar pelo acompanhamento médico e seguir as dicas preventivas, como a prática de atividade física e a adoção de uma alimentação saudável.

Fonte: Multi Comunicar/assessoria de comunicação