Quais as grandes lições do pós-pandemia?

O vírus que matou milhões de pessoas em todo o planeta, conseguiu a proeza de nos tornar todos iguais por um determinado período

Por João Relâmpago – @joaorelampagooficial

No início do ano de 2020 fomos surpreendidos pela maior pandemia da história moderna. A população, sem qualquer informação precisa da gravidade da nova enfermidade, entrou em pânico, apreensão e estado de choque e só nos restava acreditar e ter fé de que os médicos e cientistas pudessem nos ajudar a combater a doença e nos proteger de uma fatalidade.

As notícias que acompanhávamos pelos meios de comunicação não eram nada animadoras e, pasmem, em algumas emissoras, cada morte era comemorada como se fosse um gol do Brasil em uma final de copa do mundo e a todo momento o número de óbitos eram contabilizados e atualizados. A covid-19 chegou sem pedir licença e obrigou a todos, com exceção dos trabalhadores essenciais, ou aqueles a que os governantes que estavam mais preocupados em fazer politicagem do que salvar vidas, assim entendiam sê-los, trancados em casa.

O vírus que matou milhões de pessoas em todo o planeta, conseguiu a proeza de nos tornar todos iguais por um determinado período. Afinal de contas, não importava o quão fossem vultosos os valores da nossa poupança porque, sem a liberdade, não poderíamos ir a lugar algum e o dinheiro, naquele momento, não era capaz de diminuir ou amenizar a nossa angústia, o pânico e a dor profunda de perder uma pessoa querida muitas vezes de forma prematura.

E logo nos primeiros meses de pandemia alguns especialistas, incluindo sociólogos, antropólogos, psiquiatras e mestres em comportamento humano, começaram a discutir o que, na visão deles, seria um novo normal quando chegássemos ao fim daquele pesadelo real. Segundo eles, nos tornaríamos pessoas melhores, menos ansiosas e com o pensamento focado somente no “hoje”, mais espiritualizadas e com pensamentos mais assertivos e coletivos.

Estamos na metade do mês de setembro de 2022 e, embora, o vírus ainda esteja rondando os ares, já podemos dizer que a normalidade já está praticamente estabelecida. E agora entro no assunto primacial que gostaria de refletir com vocês, leitores, que sempre prestigiam esta coluna: quais as grandes lições que a pandemia nos ensinou? Realmente nos tornamos pessoas melhores conforme previsto pelos grandes intelectuais que, como disse acima, criaram o termo “ O novo normal”? Estreitando mais ainda o questionamento, no Brasil, quais os grandes e expressivos reflexos pós pandêmicos?

Podemos, por exemplo, citar a polarização criada entre os apoiadores dos principais postulantes ao cargo de presidente do nosso país. De ambos os lados os nervos estão exacerbados e à flor da pele e creio que, para esta grande fatia da população, infelizmente, a covid não teve sequer uma sensível mudança, já que o comportamento adotado por estes ativistas continua o mesmo e, ouso dizer, que ainda mais forte e resistente à racionalidade e ao respeito ao contraditório.

Assim como a ONU – Organização Mundial da Saúde errou em quase todos os momentos da pandemia tendo, inclusive, mudado de opinião por diversas vezes sobre um determinado diagnóstico ou procedimento a ser adotado, mostrando total incompetência no combate ao vírus, a expectativa criada pelos especialistas não foi consolidada.

Os países continuam em guerra, as pessoas cada vez mais egocêntricas, insensíveis e indiferentes às dores do mundo e, fundamentalmente, uma das maiores catástrofes da humanidade não conseguiu tornar ou sequer estimular a nós, seres humanos, a sermos mais HUMANOS.