Amputações aumentam 65% em 10 anos

Levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular aponta que 50% dos casos tem como causa, a diabetes

A Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) divulgou dados alarmantes sobre o aumento de brasileiros com membros amputados devido a problemas não traumáticos, ou seja, sem relação com acidentes, registrando um recorde no ano passado, considerando um período de dez anos. O levantamento da SBACV, com base nos dados do Ministério da Saúde, no ano passado, apontou mais de 31.190 procedimentos cirúrgicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, uma média de 85 amputações diárias. O crescimento em relação ao ano de 2021 foi de 7% (29.145) e de 65% (18.908), comparado a 2012. 

 As amputações tiveram como causa as patologias,  diabetes (50%), uma situação ainda longe de ser controlada no país. O tabagismo, hipertensão arterial e insuficiência renal crônica também influenciam as estatísticas. O problema decorre, principalmente, da ausência de cuidado dos portadores com a doença, descontrolando os níveis de glicose no sangue. A recomendação é manter uma alimentação adequada, acompanhamento dos níveis de glicose e tomar os medicamentos prescritos pelo médico.

O médico cirurgião vascular, membro titular da SBACV, Josualdo Euzébio Silva, explica que a pandemia influenciou esses números e ampliou a incidência consideravelmente, uma vez que muitas pessoas evitaram se consultar com um médico e fazer exames rotineiros.

O avanço do diabetes afeta, paulatinamente, a vascularização dos membros, sendo impossível contorná-la, uma vez que compromete a parede das artérias e as propriedades protetoras.

O pé diabético é um problema conhecido, causado, justamente, por essas alterações, originadas de feridas e infecções que não desaparecem com facilidade. Segundo Josualdo, a perda de sensibilidade, formigamento, dormência, dores, queimação  e fraqueza nos membros inferiores são sintomas comuns.

A pesquisa da SBACV ainda revelou que os diabéticos submetidos à amputação apresentam menores chances de sobrevida, sendo que 10% deles não sobrevivem aos primeiros 30 dias pós cirurgia e, 30%, após um ano, em razão do risco de desenvolver outros problemas pela redução da mobilidade, provocando doenças como a trombose.