Busca por terapia aumenta pós-pandemia

A busca por psicólogo e ou psiquiatra ainda é considerada um tabu para muita gente

A saúde mental ainda está cercada por muitos mitos e tabus. Até hoje, para milhares de  brasileiros, o acompanhamento com um psicólogo e – ou psiquiatra seria indicação de uma “pessoa louca”, um sinal de fraqueza, acomodação ou ausência de determinação. Paulatinamente, a terapia está ganhando espaço com a população em busca de uma versão mais saudável de si mesma, revendo hábitos, comportamentos e sentimentos considerados negativos e com interferência no cotidiano.

 A pandemia também contribuiu para o crescimento das sessões de terapia. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Psicologia da Saúde (ABPS) confirmou esse interesse apontando que 83,5% dos psicólogos entrevistados informaram grande aumento, inclusive tornando o encaixe de horários complicado.  O estudo da ABPS também revelou que, aproximadamente 86% dos pacientes entrevistados tiveram um crescimento considerável de sofrimento durante esse período.

 A presidente da Associação de Terapia Familiar de Minas Gerais (ATF Minas), Marajane de Alencar Loyola, fala que outra reclamação frequente nos consultórios, pós-pandemia,  foi, exatamente, o medo de sair para explorar, trabalhar, passar longos períodos em transporte público e conhecer outras pessoas. Afinal, o vírus é invisível, letal e está em qualquer lugar, provocando diagnósticos de agorafobia, termo utilizado para se referir ao medo de abandonar a segurança do lar, causando crises de pânico e perda do tato para socialização.

A terapia permite compartilhar sentimentos e pensamentos que não seriam divididos com qualquer pessoa. O processo é essencial para o  psicólogo entender o que afeta a pessoa e, com base na abordagem, encontrar um caminho para enfrentamento e superação dos problemas.