Pela quinta vez, audiência sobre Brumadinho termina sem acordo

Há poucos dias de completar 2 anos da tragédia-crime da Vale, em Córrego do Feijão, que matou 272 pessoas e deixou um rastro de destruição no município, instituições de Justiça, governo de Minas e Vale ainda não chegaram à um acordo sobre a reparação dos danos causados em Brumadinho.

Ontem, quinta-feira, 7, foi realizada mais uma audiência, pela quinta vez, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Um Novo encontro está marcado para a próxima semana.

O governo de Minas cobra a reparação dos danos socioambientais provocados pelo rompimento da barragem, ocorrido em janeiro do ano passado.

Valores sobre a reparação

Em novembro de 2020, o governo de Minas pediu o pagamento de 54 bilhões de reais, como compensação financeira aos danos causados pelo rompimento da barragem, mas a Vale não aceitou. A empresa apresentou contraposta de R$ 21 bilhões, o que não foi aceita pelo governo do Estado.

A Vale calcula gasto com a reparação de aproximadamente R$ 19 bilhões. A empresa teria reunido com investidores internacionais, e informou ter feito desembolsos de R$ 12,1 bilhões em reparações pela tragédia e que outros R$ 9,5 bilhões já estão garantidos.

A Vale espera um custo total com a reparação de aproximadamente R$ 29,6 bilhões. O que a mineradora quer é que, neste acordo, elimine qualquer tentativa de outras indenizações futuras e novas ações judiciais. Com isso, a empresa espera encerrar as quatro ações civis públicas que estão na justiça. Se isso acontecer, todas serão extintas. É importante ressaltar que esse acordo exclui ações individuais de indenização.

Participaram desta audiência, a Vale e o Estado de Minas Gerais, através da Advocacia Geral do Estado, a Advocacia Geral da União, Ministérios Públicos Estadual e Federal, e Defensorias Públicas Estadual e Federal.

Nesta audiência não foi discutida a continuação ou não do pagamento do auxílio emergencial. O benefício está programado para ser pago até agora em janeiro.