Vale recusa acordo

Processo volta agora para a Primeira Instância e decisão fica com juiz Elton Pupo

Depois de inúmeras tentativas, termina sem acordo mais uma audiência de conciliação realizada na tarde desta quinta-feira, 21, entre a Vale e o governo de Minas Gerais, na sede do Tribunal de Justiça do Estado. O objetivo das audiências eram definir a indenização relativa às perdas causadas pela tragédia em Brumadinho, que completa 2 anos na próxima segunda-feira, 25.

Como não houve uma definição no processo de mediação, a partir de agora, o caso volta para a primeira instância, para ser sentenciado pelo juiz Elton Pupo Nogueira. Apesar do fim das tentativas de conciliação, a Vale ainda tem um prazo de uma semana para apresentar uma nova proposta de valor para as indenizações.

Em novembro de 2020, o governo de Minas pediu o pagamento de 54 bilhões de reais, como compensação financeira aos danos causados pelo rompimento da barragem, mas a Vale não aceitou. A empresa apresentou contraposta de R$ 21 bilhões, o que não foi aceita pelo governo do Estado.

A Vale calcula um custo total com a reparação de aproximadamente R$ 29,6 bilhões. Se fosse firmado esse acordo, a mineradora pretendia eliminar qualquer tentativa de outras indenizações futuras e novas ações judiciais. Com isso, a empresa esperava encerrar as quatro ações civis públicas que estão na justiça, mas sem excluir ações individuais de indenização.

O secretário-geral do governo, Mateus Simões, disse em entrevista nesta quinta-feira, que a empresa agiu como se estivesse em um leilão. “Não vamos nos lançar num leilão para definir o valor desse acordo. Os projetos que foram apresentados somam um valor que é o mínimo necessário para garantir a recomposição dos danos gravíssimos que foram causados à população atingida”, afirma.

Durante a audiência de hoje, não foi discutida a continuação do pagamento do auxílio emergencial. Com isso, o benefício está programado para ser pago somente até esse mês de janeiro.

Foto: divulgação/TJMG