Tragédia Vale: rompimento da barragem completa 3 anos e 9 meses

Familiares aguardam ansiosos a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal – STF – que analisa se a ação penal será julgada em Minas

Familiares e amigos das vítimas da tragédia da Vale se reuniram mais uma vez, em frente ao letreiro, na entrada da cidade, para prestar homenagens aos seus entes queridos. O rompimento da barragem completa 3 anos e 9 meses nesta terça-feira, 25.

Durante o ato, os participantes manifestaram insatisfação e frustração diante da notícia do adiantamento da decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal – STF – que analisa se a ação penal que apura as responsabilidades de 16 réus pelo rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão, será julgada pela justiça Minas.

A ação tramitava na Justiça mineira, mas dois dos réus, entre eles o ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, entraram com um recurso para que o processo passe à Justiça Federal. O ministro André Mendonça, que no último dia 17, havia votado para manter a ação em Minas Gerais, voltou atrás e pediu vistas ao processo, impondo mais um adiamento ao caso e ampliando ainda mais a angústia dos familiares, que clamam por justiça.

“A associação lamenta que o processo sofra mais adiamento e espera que o voto de Mendonça seja mantido para que a ação não volte à estaca zero.Toda essa morosidade, idas e vindas, vai ajudando a nos matar um pouco mais a cada dia, além de todo sofrimento pela perda dos nossos entes queridos. O adiamento nos deixa ainda mais ansiosos, angustiados, adoecidos, tudo por causa do lucro ‘em cima’ da vida. Precisamos de celeridade no processo criminal e que haja justiça pelas vidas ceifadas. A impunidade torna o crime recorrente, Brumadinho precisa virar exemplo de punição para que crimes como este não se repitam”, declarou a diretoria da AVABRUM – Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem de Córrego do Feijão.

Quatro pessoas ainda estão desaparecidas.