Cresce o número de brasileiras internadas com problemas circulatórios

O SUS identificou uma elevação de 103,4% no número de internações, em 2022, em comparação ao ano anterior

Os hábitos de uma vida desregrada e com poucos cuidados  provocam uma série de problemas de saúde, como as varizes. Vale alertar que, entre as  mulheres, a atenção deve ser redobrada devido a características específicas do organismo feminino, como os hormônios. As estatísticas da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular revelam que 145 brasileiras, em média, são internadas diariamente para cirurgias de varizes. 

O banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS) identificou uma elevação de 103,4% no número de internações, em 2022, em comparação ao ano anterior, quando 22,5 mil mulheres foram direcionadas para a rede pública. Outra informação curiosa é que a pandemia parece não ter afetado tanto esses procedimentos, apesar de existirem diagnósticos atrasados. Os anos de 2020 e 2021 registraram o maior número de internações urgentes, com uma adição de 3% acima da média regular (14%).

Segundo o cirurgião vascular, membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), Josualdo Euzébio Silva, os membros inferiores, como as coxas, pernas e pés, são os mais afetados, uma vez que a circulação sanguínea local é mais difícil, comparada a outras partes do corpo, desencadeando muitas dores. A patologia é desencadeada por motivos, como o envelhecimento, o excesso de peso, o sedentarismo e a falta da prática de exercício físico, ficar sentado ou em pé por longos períodos. Outra causa está na hereditariedade, sendo 90% dos casos ligados a esse fator de caráter genético.

Não existe uma idade exata para os vasinhos aparecerem, variando conforme os hábitos pessoais. A condição acomete os dois gêneros, sendo mais comum entre elas, representando 45% das ocorrências, contra 30% dos homens.

Josualdo reforça a importância da detecção precoce, que combinada do tratamento médico e a adoção de hábitos saudáveis, permitem evitar o desenvolvimento dos vasinhos, evitando casos de maior gravidade e que podem desencadear outros problemas. Uma das maiores preocupações médicas é o surgimento de uma insuficiência ou trombose venosa, assim como uma embolia pulmonar.